"Numerosas violações" da lei eleitoral
Denúncia de ONG e partidos da oposição nas eleições legislativas na Rússia
O Centro de Informação Independente, criado pela organização social "Golos" (Voz), afirma ter registado numerosas violações da lei eleitoral. "Em várias regiões, as pessoas são levadas em grupos para votar e são controladas para ver a quem dão o voto", afirmou Grigori Melkoniants, vice-director dessa organização
"No Distrito de Krasnoiarsk, os soldados de um quartel foram votar e nas cabines estavam pessoas que controlavam em quem votavam", exemplificou Grigori Melkoniants, vice-director da "Golos".
Adiantou, ainda, que "no Distrito de Vladimir, as autoridades locais passam declarações às pessoas que votam para apresentarem no local de trabalho e não terem problemas".
"Em Tiumen, as pessoas que têm "okripitelnii talon" (certificado que permite votar fora do local de residência) votam várias vezes, porque ninguém lhes pede para o entregar", acrescentou Melkoniants.
Segundo o responsável, "em numerosas mesas de voto é autorizada a distribuição de brochuras, panfletos da Rússia Unida". A Rússia Unida é o partido dirigido por Vladimir Putin, a quem as sondagens dão uma vitória confortável.
O Centro "Golos" dispõe de 2500 observadores que pretendiam visitar mais de duas mil mesas eleitorais, mas têm sido impedidos de várias formas de realizar o seu trabalho.
Grigori Melkoniants informa também que numerosos observadores da organização que dirige foram vítimas de detenções, chantagens e pressões, por parte das autoridades, para desistirem de acompanhar o escrutínio.
"Os nossos observadores foram impedidos de entrar em mesas de voto nas cidades de Novossibirsk, Ufa, Oriol, Tver, Voronej, Ekaterimburgo, Ulianovsk, Kazan. Alguns foram detidos e só saíram da prisão depois de aceitarem não trabalhar como observadores", contou.
Os partidos da oposição ao Presidente Putin queixam-se também de numerosas violações da lei eleitoral. "Em numerosas mesas de votos metem maços de boletins nas urnas, tem lugar propaganda eleitoral ilegal", declarou Vadim Soloviov, secretário do Comité Central do Partido Comunista da Rússia.
"Apresentámos queixas na Comissão Eleitoral Central, Procuradoria e Ministério do Interior, mas não há qualquer reacção", acrescentou.
Observadores da União das Forças de Direita queixam-se de ser impedidos de trabalhar em mesas de voto de Moscovo, são proibidos de acompanhar as urnas móveis onde votam as pessoas que, por motivos de saúde, não se podem deslocar ao local da votação.
Serguei Mitrokhin, dirigente do Partido Iabloko, afirma que os observadores do seu partido ficaram "numerosos casos de votação com "okripitelnii talon" em várias sessões de voto em Moscovo".
in SIC.pt
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